Harmonia Social

Condições condignas de vida

Os países, nos quais a população vive em prisão domiciliar e os criminosos em liberdade aparentemente condicional, precisam ser totalmente reestruturados.

Não é aceitável que um governo gaste o dinheiro arrecadado construindo obras monumentais elitistas, quando a maior parte da população mora em condições precárias e sub-humanas.

Não é admissível que pessoas morram sem assistência médica, por falta de recursos, transferidos criminosamente para a indústria farmacêutica, que age assim para ter maior lucro.

Não é cabível que se mercantilize as funções públicas, utilizadas em negociatas, visando apoios políticos eleitorais.

A maioria das mortes nas estradas e no trânsito é causada pela corrupção generalizada do governo, desviando recursos das empreiteiras para compra de votos.

Não é aceitável baixos níveis educacionais, que comprometem o desenvolvimento pessoal e qualidade de vida de gerações.

Caso as pessoas fossem remuneradas de acordo com o que produzem, o salário da maioria poderia ser significativamente aumentado, às custas do que é pago aos incompetentes privilegiados.

Remuneração social

Ao nascer, uma pessoa deve ter asseguradas as condições mínimas para ter uma vida condigna, até atingir a idade adulta. Na vida animal é assim que as coisas acontecem. O nascimento de alguém precisa ser um ato responsável, seja esta responsabilidade assumida pelos geradores ou pela comunidade em que estão inseridos.

O ser humano é o único ser vivo que entende o emprego como sendo algo natural e desejável. A pessoa adulta deve poder optar por sua forma de vida e, na verdade, vai precisar trabalhar muito pouco para viver em condições condignas.

Os valores foram deturpados no decorrer do progresso da humanidade, a tal ponto que ficaram perdidas as relações naturais, substituídas pelo consumismo de bens materiais.

Os jovens, altamente prejudicados pela irresponsabilidade dos que os antecederam, estão buscando alternativas e as vão encontrar, certamente.

Dinheiro eletrônico e Imposto único.

Não há justificativa aceitável para se continuar utilizando dinheiro de papel, que viabiliza a corrupção, assaltos e tráfico de drogas.

O dinheiro eletrônico já está sendo utilizado em praticamente todas as operações normais. As moedas poderão continuar existindo para operações de pequeno valor e maquinizadas.

O dinheiro eletrônico permite a identificação das operações financeiras, inviabilizando a corrupção monetária. Os assaltos a bancos cessam totalmente, pois não haverá o que roubar. Permite, também, o total controle dos valores pagos com dinheiro público.

O dinheiro exclusivamente eletrônico viabiliza a adoção do imposto único, cobrado em toda movimentação financeira, com extinção de outros impostos cobrados com base no valor agregado. A extinção dos impostos sobre valor agregado reduzirá expressivamente o custo dos produtos e a burocracia.

O imposto único facilita uma distribuição justa do valor arrecadado, comprometida pela excessiva centralização dos recursos.

Princípios sugeridos para uma sociedade harmônica.

* A democracia é essencial para se ter liberdade e esta gera desigualdade.
* Quem investiu em si deve ter um retorno correspondente.
* Todos devem ter condições condignas de vida.
* Liberdade de iniciativa pressupõe condições para que seja realizada.
* O direito à propriedade não significa uso da propriedade para exploração do trabalho.
* O lucro é essencial para assegurar o desenvolvimento sustentável.
* Todos devem poder opinar sobre decisões que os atinjam.
* Os representantes eleitos para colegiados dependem da aprovação dos representados.
* Toda movimentação financeira deve ser eletronicamente controlada e visível.
* Não há direito inquestionável, e patrimônio mal havido será confiscado.

Relações homoafetivas

As crianças procuram naturalmente manter relações homoafetivas, até certa idade, quando passam a buscar relações heteroafetivas, em função do despertar de instintos sexuais.

Pode-se concluir que a relação heterossexual é contingenciada pelo instinto sexual, o que não significa que seja mais natural que a outra.

Sob o aspecto de interesses, valores, sensibilidade, lógica, senso crítico, há muito maior afinidade entre pessoas do mesmo sexo do que de sexos diferentes.

Educação infantil

Geralmente é desconsiderado o fato de que uma criança ao nascer traz consigo um acervo de experiências vivenciadas.

Infelizmente ainda são raros os casos em que crianças conseguem demonstrar suas qualificações, e são tidos como episódios inexplicáveis de precocidade.

O grande desafio na educação infantil não é programar jovens com novos valores, e limitar seus impulsos e entusiasmos, mas sim assegurar a eles condições para que utilizem plenamente suas qualificações e potencialidades.

O choque de gerações se justifica por serem eles tratados de forma inconveniente, tanto na família, como na escola.

O que não se pode aceitar, sob o ponto de vista de ressonâncias, é que ações praticadas por pessoas de “má índole” possam comprometer a qualidade de vida dos demais.

Qualidade de vida

Quando uma pessoa nasce é obrigação do gênero humano assegurar qualidade de vida para ela.

Caso isso não seja previsível de ser conseguido, o mínimo de bom senso indica que ela não deveria ter nascido.

Esta questão básica e elementar é combatida por determinadas religiões pretensamente espiritualizadas, mas que são terrivelmente materialistas.

O reino animal trata esta questão com muito maior lucidez e racionalidade, em comparação conosco que somos pretensamente, seres racionais.

Seleção natural

O substrato físico que acolhe a “consciência” pode, por seleção natural, apresentar condições mais favoráveis, em comparação com outros que não tenham tido este processo.

Aqueles que são produtivos, interessados, competentes, lutadores, estudiosos, possuem organismo superior aos que são inúteis, parasitas, desinteressados, acomodados e incompetentes.

No processo de acolhida de uma consciência, estes fatores diferenciais parecem ser relevantes, pelo que se observa pela deterioração das gerações destes últimos, em comparação com a dos primeiros.

Administração pública

 A sociedade humana bem organizada estabelece um nível adequado de contribuição individual, para custeio dos gastos coletivos programados. A gestão destes recursos é atribuída a administradores públicos que seguem as diretrizes definidas pela comunidade, diretamente ou através de representantes com poderes para tal o fazer.

O administrador público assume sua função por decisão direta da comunidade que ele irá administrar, ou por escolha de um colegiado de representantes que tenha recebido da comunidade esta atribuição. Em ambos os casos há uma delegação de poder e, com ela, a aceitação da responsabilidade definida nesta delegação.

Caso o administrador delegue autoridade ou atribuições para alguém de sua confiança, a responsabilidade continua sendo sua, pois responsabilidade não se delega. As atribuições e responsabilidades dos funcionários públicos são as definidas no concurso que gerou o preenchimento do respectivo cargo público.

Compete ao administrador racionalizar a aplicação dos recursos, sendo pessoalmente responsável pela correta utilização dos mesmos. Caso a má gestão de recursos por ele administrados, tenha acarretado problemas à comunidade como, por exemplo, morte em acidente rodoviário, ocorrido por ter havido desvio de recursos para manutenção da estrada, ele será condenado por homicídio. Vale recordar que responsabilidade não se delega.

No caso de recursos destinados à saúde pública, que tenham sido desviados, ou aplicados inadequadamente, ocasionando problemas, os efeitos são de responsabilidade do gestor desta área. Neste campo, por exemplo, a contratação de médicos, sem competência adequada para atender aos clientes, ocasionando lesão ou morte, isso corresponderá a agressão física ou homicídio, cometidos pelo administrador, sem prejuízo de se atribuir a responsabilidade profissional ao médico que atendeu de forma inadequada.

O orçamento público deve corresponder à vontade expressada pela comunidade para aplicação dos recursos gerados por ela. O orçamento define impositivamente a aplicação dos recursos, seja para investimento ou custeio. A execução pode ser direta ou contratada e, neste caso, evidentemente, o contrato deve ser cumprido, sem possibilidade de reajustes.

Corrupção

Os recursos gerados pela comunidade para cobertura de gastos com segurança e saúde, caso sejam desviados destas finalidades, podem ocasionar perdas de vidas humanas. Assim sendo, o desvio, ou a apropriação indevida destes recursos, caracteriza o crime de homicídio, aparentemente involuntário, mas previsível.

Não há justificativa aceitável para se descaracterizar este crime. Na verdade, muitos homicídios encontram atenuantes, outros envolvem riscos, mas estes são praticados com frieza, por gente esclarecida e que geralmente é contratada pela comunidade para execução de uma atividade de responsabilidade e, por consequência, bem remunerada.

É preciso se estabelecer, e valorizar, a relação de causa e efeito entre a corrupção e sua terrível consequência. A morte de uma pessoa por deficiência de atendimento, determinada por desvio de recurso para a saúde, é homicídio. A morte em acidente rodoviário, decorrente de defeito de conservação da rodovia, ocasionado por desvio de recurso a isto destinado, é homicídio. O assassinato cometido por um presidiário que foi solto indevidamente, por corrupção do sistema jurídico, é homicídio cometido pelo corrupto.

Não adianta rotular a corrupção de crime hediondo e seguir a justiça elitista diferenciando o crime cometido pelo pobre do crime cometido pelo privilegiado. Trocar a pena ridícula atribuída a corruptos que ocasionaram a morte de milhares de pessoas, por cestas básicas, só não é algo hilário, por ser revoltante.

Só serve de consolo a segurança que se tem de que a morte de um corrupto encerra definitivamente o problema, pois sua agressão à harmonia social não tem continuidade e sua individualidade desaparecerá.

O Bem e o Mal.

Qualquer pessoa de bom senso considera-se capacitada a distinguir o bem do mal. Será que realmente podemos distinguir o bem do mal?

Quando uma pessoa mata outra sem razão aparente, ou por motivo inaceitável no julgamento social, parece evidente que ela agiu mal. Mas se essa mesma pessoa mata milhares de "inimigos" ela será consagrada e condecorada por relevantes serviços prestados à pátria.

Se um homem empobrecido rouba para sobreviver, se diz que agiu mal. Quando, entretanto, o condutor da política econômica de um país consegue resultados excelentes, gerando miséria em outros países, se diz que agiu bem.

De um modo geral, os agrupamentos humanos estabelecem regras para definir o bem e o mal, regras essas que decorrem da maneira de ser, pensar e agir desse grupo, ou seja, de sua cultura, vista esta sob o ponto de vista antropológico.

Assim sendo, quando um esquimó mata seu pai envelhecido, com a justificativa de que ele não deve ficar demasiadamente enfraquecido pois isso o prejudicaria na vida eterna, ele agiu bem, segundo a maneira de pensar desse povo, que, por razões de sobrevivência, não pode manter pessoas improdutivas.

Quando a família autoriza que sejam desligados os aparelhos que mantém vivo, em sofrimento, um ser amado, sem perspectivas de recuperação, isso pode ser aceito como sendo um ato caridoso e justificável, mas será condenado por razões religiosas.

Parece evidente que temos de aceitar que o bem e o mal são conceitos relativos e não absolutos. E são relativos, porque dependem do ponto de vista, ou seja, da visão a partir de um ponto.

Julgamento e punição.

A dificuldade de se definir objetivamente o que seja Bem ou Mal não impede que as sociedades estabeleçam suas regras de comportamento social. O que é preciso é ter em mente que essas são regras fixadas por pessoas, em decorrência de condicionamentos sociais que agem sobre elas e que são temporárias, pois o que é condenado hoje pode ser aceito amanhã, e assim também o contrário. Essas regras não são absolutas, pois dificilmente na aplicação delas se consegue a unanimidade de opinião dos julgadores.

Ter consciência da relatividade do bem e do mal é muito útil para que evitemos assumir o papel de juízes, ávidos por aplicar punições. Mesmo porque a punição pode ser o caminho fácil para que alguém não seja realmente punido. É muito comum que pessoas que tenham agido de forma a prejudicar outras, quando socialmente punidas, se sintam libertadas do peso da culpa, por já terem cumprido suas penas. Não é por outro motivo que se está evoluindo no sentido de se punir alguém obrigando a fazer algo que corrija os prejuízos sociais causados, e não somente aplicar uma pena temporal e improdutiva que não resgata nada, mas, muito pelo contrário, ainda onera mais a sociedade afrontada.



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